Delicatessen dá novo fôlego ao Jazz Brasileiro

Texto de Bárbara de Paula
Você gosta de Jazz? Sim?! Ótimo, temos boas novas. Se essa não for a sua ‘praia’, continue lendo assim mesmo porque você pode até não curtir jazz, mas uma vez que é leitor da Paradoxo, com certeza adora novidades. Nesta edição, a gente apresenta a você o álbum de estréia do Delicatessen, Jazz + Bossa, lançado este mês, pela Tratore.
Este projeto reuniu quatro músicos: Ana Krueger [Voz], Carlos Badia [Violão], Nico Bueno [Baixo], Mano Gomes [Bateria] e um publicitário aficionado por música, Beto Callage. Sabe no que deu? Em um disco fácil de ouvir, daquele tipo que você escuta sem pular nenhuma faixa e sem perceber o tempo passar.
Delicatessen surpreende pela simplicidade. O álbum é composto por 14 canções que mesclam o estilo cool e intimista das cantoras de jazz dos anos 1950 com a despretensão da bossa nova. Os arranjos são simples e sem afetações. A interpretação de Ana Krueger é impecável: ela, graças a Deus, foge do gargantismo e canta de forma doce e contida, o que não omite a potência de sua voz.
O repertório deste disco não é óbvio. Não espere ouvir canções que ficaram conhecidas nas vozes de Billie Holiday, Nina Simone ou Louis Amstrong, inerentes a coletâneas brasileiras de jazz [sic]. Este álbum apresenta canções menos populares, mas não menos clássicas como Angel Eyes, In A Mellow Tone, Black Coffee e In a Sentimental Mood. Vale destacar as duas faixas bônus, Todos os Dias e Setembro, compostas por Callage e Badia e cantadas em português.
Você, leitor antenado, deve estar imaginado que este projeto surgiu em São Paulo depois de uma jam session, assim como aconteceu com a big band Funk Como Le Gusta. Não! Eles são gaúchos, o que comprova que o sul do nosso País não produz apenas boas bandas de pop-rock.

Jazz brasileiro
Quando o assunto é jazz brasileiro, é quase impossível encontrar uma definição ou entrar em consenso. O Brasil é um caldeirão de ritmos e cada vez que eles são misturados, acabamos por criar novos e variados estilos musicais.
Imagine que já existe Afrojazz [jazz com batuque], que tem como representante o grupo Têrrero de Jesus, que apresenta interpretações jazzisticas de pontos cantados do Candomblé.
A partir desta dinâmica, Delicatessen é jazz brazuca porque bossa nova é música brasileira. Mas se existe jazz brasileiro, será que ainda haverá um samba americano ou europeu, Hein?! Hein?!
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Delicatessen, é a soma de três, experientes, e exelentes músicos, Carlos Badia (violão), Edu Martins (contrabaixo) e Mano Gomes (bateria), á delicadeza do canto, de Ana Kruger, uma cantora de grande potencial, que pertence a estirpe das raras cantoras sem vibratos, cuja voz cheia de previlégios é cristal. Daí a singularidade deste disco. Quem souber ouvir verá como ela faz bossa & jazz, sem maneirismos, sempre com a mesma ternura, o mesmo suingue. No disco, que conta com as participações especiais de Chico Ferreti (piano) e Luiz Fernando Rocha (flugelhorn), o quarteto recria doze standards do jazz de nomes como Duke Ellington, Burke & Webster, George & Ira Gershwin e Ray Noble, entre outros.Fonte Brazuca CD’s
Delicatessen Jazz + Bossa gravadora Tratore R$ 34, 90 em média

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